A eleição presidencialista
brasileira deste ano (2014) trouxe um debate acalorado em proporções e temas
que nunca foram visto, com destaque evidente para a discussão ESQUERDA versus
DIREITA ou como pejorativamente são denominadas de ASSISTENCIALISTA X MERCADO. Não
menos discutido do que o posicionamento individual ou qual partido representa
Esquerda ou Direita, ou ainda, o que seria estas posições dentro das
perspectivas Socialista ou Neoliberal.
Primeiramente, adentremos no mote
socialista, o qual sinaliza para uma sociedade mais justa e igualitária, porém
cabe lembrar que não existe unanimidade de pensamentos dentro do socialismo,
assim como ao longo da história ele desenvolveu correntes distintas, ou seja,
Socialismo Utópico e Socialismo Científico, na qual o primeiro idealizaram
alguns modelos de organização social e o segundo baseado em estudos científicos
propôs pelos filósofos alemães Marx e Engels uma mudança na organização
política, social e econômica da sociedade.
Atualmente, podemos distinguir
algumas vertentes, dentre as quais destacam os SOCIAIS DEMOCRATAS que propõem um
ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL (comum em democracias europeias), mas dentro de um
regime democrático que convive com meios de produção privadas, estatais e mistas
e que o governo haja de modo intervencionista nas questões socioeconômicas a
fim de reduzir as disparidades na sociedade através de programas de
distribuição de renda, governamentais de saúde, educação, previdência,
habitação, etc. Por outro lado, existem aqueles inspirados no modelo soviético,
os quais idealizam todos os meios de produção controlados pelo ESTADO como
representante de toda população.
Distintamente, se encontra o
NEOLIBERALISMO, o qual não deve ser tomado como um grupo que reivindica a paternidade
desta expressão, mas o cunho dado a economistas que pregavam uma menor intervenção
do governo na economia, deste a regulamentação de leis trabalhista, quanto a
programas sociais e principalmente na participação na economia com empresas
estatais baseados nas ideologias LIBERAIS do século XVII.
Todos os modelos recebem críticas
consistentes, mas podemos ter o primeiro como intermediário aos dois “extremos”,
onde figuram os direitos individuais sem que uma camada da sociedade seja colocada
à margem da sociedade. Todavia, se o SOCIALISMO REAL produziram bons índices
sociais (saúde, educação), também foram supressores dos direitos individuais,
principalmente da liberdade de cada cidadão como a história retrata os casos de
União Soviética, Cuba, Coreia do Norte, etc. Por outro lado, o NEOLIBERALISMO de
Margareth Thatcher e Ronald Reagan conseguiu reavivar a economia de seus países,
mas promoveram uma acentuada desigualdade social marcada pela elevação do
índice de pobreza infantil da Grã-Bretanha que saltou para 34% (pior da Europa
no período), a parcela da população mais rica teve sua renda aumentada em cinco
vezes em relação ao aumento da população mais pobre e a desigualdade cresceu em
1/3. Mas, foi a “cartilha neoliberal” imposta pelo FMI que causou mais estragos
sociais no mundo, quando “obrigava” países devedores subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento a restringirem os investimentos públicos em saúde, educação,
distribuição de renda e em infraestrutura, condenando milhões de pessoas a
pobreza, falta de perspectiva e atrofiando a economia local.
Contudo, no Brasil as siglas
partidárias pouco significam sobre as posições ideológicas de cada partido ou
em alguns casos o partido serve somente como agrupamento de políticos com
diferentes ideias e tendências ou ainda a um grupo que acompanha mais ou menos
quem está no governo, caso não tenha ficado muito claro, citemos o PMDB, o qual
flutua entre diversas coligações conforme o oportunismo, mesmo tendo nas suas “linhas”
representantes mais conservadores ou de direita, tais como os membros da
bancada ruralista.
Deve salientar-se que nenhum
governo consegue ser exclusivamente Neoliberal ou Social Democrata, assim mesmo
que a ideologia apregoada seja uma delas, as ações governamentais acabam por
realizar alguns preceitos da corrente divergente. Embora, consigamos observar a
tendência predominante de cada um, exceto do PMDB.
O Brasil restabeleceu recentemente
a democracia e neste período conviveu com o desastre das políticas econômicas
dos governos Sarney e Collor, assim como a estabilização econômica nas
sucessões Itamar/FHC e crescimento econômico e distribuição de renda
Lula/Dilma.
O fim da mega inflação foi um
grande marco na história do país e ainda que relacionemos alguns programas sociais
neste período, eles foram relativamente sem amplitude para produzir uma queda nos
índices de pobreza e desigualdades brasileiros. Do mesmo modo, que diversas
políticas econômicas mais pautadas na cartilha neoliberal foram implantadas,
tais como: privatizações, achatamento de salários, menor intervenção pública na
economia e restrita ações sociais, assim PSDB e principalmente seu maior aliado
político o partido Democratas, antigo PFL (Partido da Frente Liberal) são
cunhados como partidos de Direita.
Os governos Lula e Dilma
promoveram uma grande ampliação nos programas sociais, remodelando, juntando e
criando novos programas, assim como aproveitaram um período de bom crescimento
econômico mundial para produzir uma melhor distribuição de renda com aumentos
reais nos salários, também cabe destaque programas habitacionais (Minha Casa
Minha Vida), estudantis e universitários (PROUNI) e por isso cunhado de
Esquerda. No entanto, conviveu com muitas características herdadas dos seus
antecessores, a destacar as políticas macroeconômicas e uma reforma agrária
pouco significativa, a qual encontra “meia” explicação nas alianças políticas
com PMDB e PR, antiga PL (Partido Liberal).
Portanto, a insipiente teimosia
em discursar que não há Direita e Esquerda ou Neoliberais e Sociais Democratas
no Brasil é semelhante a afirmar que a Terra é plana e o centro do Universo. Mesmo
que algumas linhas que separam PT e PSDB sejam muito tênues e que os dois
partidos se encontrem mais próximo do centro na virtual linha esquerda-direita,
elas marcam ainda muitos pontos distintos das política sociais e econômicas de
cada um governo.
REFERÊNCIAS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neoliberalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo
REFERÊNCIAS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neoliberalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo