Uma das grandes discussões no Brasil durante essa enorme crise
provocada pela pandemia do COVID-19 é a dicotomia entre cuidar da saúde dos
brasileiros com políticas de isolamentos/distanciamento horizontal versus um
isolamento vertical para não destruir a economia e os empregos no país.
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| Fonte: https://pfarma.com.br/economia-coronavirus.html |
Não
sei exatamente qual é o montante gasto para formação de um médico, engenheiro
ou professor, mas não me sai da cabeça um vídeo que assisti, no canal Águias de
Aço no Youtube, que comentava que a Força Aérea dos EUA estimava que a formação
de um piloto de avião com experiência de 15 anos em aeronaves de combate tenha
um custo de U$ 40.000.000,00 (quarenta milhões de dólares), o equivalente à
quase R$ 240.000.000,00 na cotação do dólar em 15 de maio de 2020.
Então,
quanto custou a formação de profissionais que passaram ao menos 12 anos na
educação básica + 4 a 6 anos no curso superior + 2 a 8 anos de especialização +
uns 10 anos de experiência para atingirem o auge nas carreiras?
Quanto
esse desperdício custará para a nossa sociedade? Quanto tempo precisaremos para
repor tantos profissionais especializados? Qual o custo na cadeia produtiva ao
substituir por mão de obra não treinadas até retornarmos à produtividade nas
empresas?
O
desemprego é realmente uma grande tragédia para as famílias e para o país, mas
um pai ou mãe mortos não voltam a trabalhar, não trazem mais o sustento e a
educação para os filhos.
A
Segunda Guerra Mundial tirou-nos a oportunidade de ler outras grandes histórias
escritas por Saint-Exupéry, a morte deixou a todos a curiosidade sobre quais
outras belíssimas obras além do Pequeno Príncipe ficaram na mente deste escritor.
Por outro lado, as bombas desta mesma guerra e um forte terremoto levou à destruição
e falência da fábrica de anéis de pistões do sr. Soichiro Honda, seus sonhos
viram entulhos, mas “morrerá” somente o “CNPJ”, não o sonho, a força e a garra
do sr. Honda, o qual não desistiu e construiu uma das maiores empresas automobilísticas
do mundo.
Evidentemente,
que não teremos um monte de senhores Soichiro’s no pós pandemia, mas as crises econômicas
passam, mas para a morte não tem retorno, assim como não se pode minimizar a
falta dos pais para uma criança.
Imagino
que todos nós queremos o retorno da normalidade de nossas vidas, a volta ao
trabalho, o reencontro com nossos familiares e amigos, poder abraçar e brindar
as pessoas que estimamos e muito mais. Porém, a qual custo queremos voltar ao “normal”
neste momento em que a ciência e a medicina ainda não acharam um tratamento eficaz
ou a cura para a COVID-19?
Portanto, não existe economia versus saúde, elas fazem parte da
mesma luta humana para super essa pandemia, somente com exames em massa, dados
científicos, tratamentos eficazes, rede de saúde capazes de atender a demanda...
podemos falar em retorno ao normal, pois o fim do isolamento horizontal sem
planejamento baseado em critérios científicos poderá prolongar uma estado de
anormalidade ou nos deixar uma ferida de saudade e remorso que nunca cicatrizarão.

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