domingo, 2 de novembro de 2014

O ÓDIO AOS EXCLUíDOS: O NORDESTE FAZ PARTE DO BRASIL E ASSIM COMO O CENTRO-SUL TAMBÉM TEM O DIREITO DE ESCOLHER QUEM GOVERNARÁ O PAÍS.



Muitos estão dizendo que o Brasil saiu dividido após as eleições de 2014, para alguns ela está marcada pelo “confronto” Norte X Sul ou entre assistidos por programas governamentais versus classe média, mas estas análises carecem de profundidade.
 Primeiramente, ao afirmar que o Brasil ficou dividido, pois ele sempre esteve assim, a história nos mostra que a colonização portuguesa ocorreu fragmentada em pequenos núcleos “autônomos” e que o grande país que conhecemos foi costurado por D. Pedro I através de acordos que garantiam a permanência da escravidão em todos os rincões da “nação” e a força militar para aqueles que desejavam formar outro país.
Economicamente, os principais ciclos cana-de-açúcar, ouro, café e borracha se ocorreram em tempos e espaços diferenciados, assim a cana foi responsável pelo desenvolvimento da Zona da Mata Nordestina, o ouro produziu riqueza em Minas Gerais e por fim o café enriqueceu o Rio de Janeiro e São Paulo e mais tarde chegou a Minas Gerais, porém o apelidado ouro verde promoveu a partir de meados do século XIX a construção de ferrovias e o surgimento acanhado de um mercado consumidor regional, o qual propiciou o nascimento da indústria no Sudeste, principalmente no eixo Rio-São Paulo.
 Enquanto o Sudeste e Sul vivenciavam o desenvolvimento industrial, científico, tecnológico e a urbanização, as regiões Norte e Nordeste estavam às margens do boom desenvolvimentistas que florescia metrópoles gigantescas na parte “rica”. Contudo, a diferença não se restringirá a tão somente a fábricas, mas também a seca, fome e pobreza traduzidos em índices perversos de mortalidade infantil, desnutridos, analfabetos, acesso à água tratada e rede de esgoto, acessam a redes de cuidados da saúde mostrando uma África dentro do país que sonha em ser EUA e Europa.
Por mais de séculos o Centro-Sul desenvolvido se enobreceu do seu desenvolvimento e olhou com desdenho e preconceito o Norte-Nordeste empobrecido por políticas públicas de exclusão, por séculos a fé foi o único alimento do sertanejo, pois não havia mais nada que diminuía o seu sofrimento.
No entanto, bastou uma eleição em que o Nordeste escolhesse um partido que lhes direcionasse mais do que “BOA SORTE” para surgir enraivados eleitores contra eles. O que estás declarações contra o Nordeste e assim também contra o nordestino não tem que possamos considera-las preconceituosas, racistas e discriminatórias.
Portanto, a divisão do Brasil é marca da sua história, porém o país não é feito só de uma região ou só de uma classe social com seus interesses. O Brasil gigante que sonho e desejo não só pela sua dimensão continental, mas que seja grande em igualdade e direitos, ou seja, que isso se mostre na qualidade de vida de TODOS OS BRASILEIROS. Todavia, devemos refletir se essa raiva demonstrada contra o Nordeste não nos aproxima do mais estupido sentimento humano, a xenofobia. Esse é um Brasil que não desejo.

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