domingo, 2 de novembro de 2014

A GEOPOLÍTICA DOS COMBUSTÍVEIS




Nos últimos dois séculos a população mundial multiplicou-se em quase sete vezes, saltando de aproximadamente um bilhão de pessoas para mais de sete bilhões. Na mesma velocidade chegaram as novas tecnologias e as mudanças promovidas pelo homem no meio natural.
Todos esses ingredientes contribuíram para o surgimento de novas discussões e a partir de meados do século XX foram inseridas as questões sobre a degradação ambiental e principalmente do possível aquecimento global em virtude da crescente emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE). Logo surgiram diversas alternativas para contribuir com a redução da poluição atmosférica e, dentre elas, a utilização de biocombustíveis ganhou força.
Segundo a teoria do aquecimento global, a temperatura média do planeta Terra tem aumentado gradativamente devido a elevação do índice de GEE atmosférico, principalmente pela ação antrópica, ou seja, através das atividades humanas, das quais cabe destaque a utilização de combustíveis fósseis, queimadas e o desmatamento.
O petróleo e seus derivados tornaram-se os grandes vilões dos “novos” problemas ambientais e como possíveis soluções surgem os biocombustíveis ou mais corretamente denominados os agrocombustíveis, que emitem menor volume de dióxido de carbono (CO2) e ainda contribuem para captura do CO2 durante o desenvolvimento da planta que servirá para a produção do etanol ou biodiesel.
No entanto, não são unânimes as opiniões sobre a ocorrência e causas do aquecimento global, tão quanto para muitos os agrocombustíveis possuem vários pontos negativos, tais como ampliação do desmatamento, redução da biodiversidade, poluição do solo, água e ar pelas lavouras e em muitos os casos não há redução nos níveis de emissão dos poluentes.
Contudo, a maior crítica fica por conta da concorrência com as lavouras destinadas à produção de alimentos, tornado estes mais caros e inacessíveis a um enorme contingente populacional. 
O Brasil é um dos pioneiros a adotar uma política de incentivo à produção de biocombustível. O programa Pró-Álcool (1975) visualizou reduzir a dependência brasileira ao petróleo através da utilização do álcool combustível em substituição à gasolina. Já em meados da década de 2000 a nova onda era o biodiesel, alardeado pelo governo federal como o futuro promissor para o país e ao meio ambiente. No mesmo esforço buscou incluir o álcool dentro das commodities internacionais, assim ele passou a ser denominado etanol.
Porém, uma “nova era chegou” e ainda mais promissora, eis que o Brasil passa a deter uma das maiores reservas de petróleo do planeta com a descoberta do óleo na camada do pré-sal e, assim, os biocombustíveis saíram da moda no país. Mesmo com o contínuo investimento na construção de usinas produtoras de etanol e biodiesel, o foco do mudou para as plataformas de prospecção de petróleo.
Portanto, percebe-se que o interesse de se obter lucros com um novo mercado de combustível sobrepõe as questões de ordem ambiental, mesmo que isso represente a fome para um número ainda maior de pessoas. O que está em jogo nesta geopolítica internacional são o controle do preço do petróleo e seus derivados e a abertura de outra frente de acúmulo de capital. Para tanto, os problemas socioambientais são colocados em segundo plano pelos interesses dominantes, ou seja, pelo capitalismo. 

O ÓDIO AOS EXCLUíDOS: O NORDESTE FAZ PARTE DO BRASIL E ASSIM COMO O CENTRO-SUL TAMBÉM TEM O DIREITO DE ESCOLHER QUEM GOVERNARÁ O PAÍS.



Muitos estão dizendo que o Brasil saiu dividido após as eleições de 2014, para alguns ela está marcada pelo “confronto” Norte X Sul ou entre assistidos por programas governamentais versus classe média, mas estas análises carecem de profundidade.
 Primeiramente, ao afirmar que o Brasil ficou dividido, pois ele sempre esteve assim, a história nos mostra que a colonização portuguesa ocorreu fragmentada em pequenos núcleos “autônomos” e que o grande país que conhecemos foi costurado por D. Pedro I através de acordos que garantiam a permanência da escravidão em todos os rincões da “nação” e a força militar para aqueles que desejavam formar outro país.
Economicamente, os principais ciclos cana-de-açúcar, ouro, café e borracha se ocorreram em tempos e espaços diferenciados, assim a cana foi responsável pelo desenvolvimento da Zona da Mata Nordestina, o ouro produziu riqueza em Minas Gerais e por fim o café enriqueceu o Rio de Janeiro e São Paulo e mais tarde chegou a Minas Gerais, porém o apelidado ouro verde promoveu a partir de meados do século XIX a construção de ferrovias e o surgimento acanhado de um mercado consumidor regional, o qual propiciou o nascimento da indústria no Sudeste, principalmente no eixo Rio-São Paulo.
 Enquanto o Sudeste e Sul vivenciavam o desenvolvimento industrial, científico, tecnológico e a urbanização, as regiões Norte e Nordeste estavam às margens do boom desenvolvimentistas que florescia metrópoles gigantescas na parte “rica”. Contudo, a diferença não se restringirá a tão somente a fábricas, mas também a seca, fome e pobreza traduzidos em índices perversos de mortalidade infantil, desnutridos, analfabetos, acesso à água tratada e rede de esgoto, acessam a redes de cuidados da saúde mostrando uma África dentro do país que sonha em ser EUA e Europa.
Por mais de séculos o Centro-Sul desenvolvido se enobreceu do seu desenvolvimento e olhou com desdenho e preconceito o Norte-Nordeste empobrecido por políticas públicas de exclusão, por séculos a fé foi o único alimento do sertanejo, pois não havia mais nada que diminuía o seu sofrimento.
No entanto, bastou uma eleição em que o Nordeste escolhesse um partido que lhes direcionasse mais do que “BOA SORTE” para surgir enraivados eleitores contra eles. O que estás declarações contra o Nordeste e assim também contra o nordestino não tem que possamos considera-las preconceituosas, racistas e discriminatórias.
Portanto, a divisão do Brasil é marca da sua história, porém o país não é feito só de uma região ou só de uma classe social com seus interesses. O Brasil gigante que sonho e desejo não só pela sua dimensão continental, mas que seja grande em igualdade e direitos, ou seja, que isso se mostre na qualidade de vida de TODOS OS BRASILEIROS. Todavia, devemos refletir se essa raiva demonstrada contra o Nordeste não nos aproxima do mais estupido sentimento humano, a xenofobia. Esse é um Brasil que não desejo.

A BUSCA PELO BRASIL MELHOR COMEÇAR EM ME DESCOBRIR MELHOR A CADA DIA.




As eleições brasileiras de 2014 provocaram intensas discussões sobre corrupção, ética e moral sobre os partidos políticos e seus correligionários e realmente são fatores importantes na governança do país.
No entanto, a perspectiva da ética e moral partidária demonstrou uma visão seletiva de cada grupo de eleitor, o qual normalmente enxergou exclusivamente as denúncias dos tidos adversários. Porém, não proporcionou a principal reflexão que a sociedade brasileira precisava fazer: a ética, moral e corrupção de cada um de nós.
Se podemos claramente apontar que os políticos brasileiros são corruptos, não podemos nos esquecer de que estes são também reflexos da sociedade que representam, ou seja, nossos políticos são exatamente o que é nossa sociedade!
Rapidamente, muitos irão exclamar: eu não roubei recursos públicos, não desviei dinheiro e não corrompi ninguém! Talvez você esteja dizendo a verdade, pelos menos na sua concepção de valores éticos e morais.
Contudo, a nossa restrita percepção do que é corrupção faz igual a um amigo que encontrei recentemente na fila do banco, o qual chegou quase na hora da agência fechar e declarou: “ainda bem que encontrei uma vaga para estacionar por aqui, se não teria que parar na faixa amarela mesmo”. Por outro lado, esse mesmo “meio” cidadão se comportava como um leão justiceiro dos valores morais nas redes sociais, denunciando e xingado todos aqueles que são integrantes ou pretendiam votar no partido Y.
Infelizmente, sejamos honestos, pelo menos no nosso íntimo! NÓS SOMOS CORRUPTOS! Isso mesmo, vamos repetir! EU, VOCÊ, E PRATICAMENTE QUASE TODO BRASIL comete delitos todos os dias.
Sim! Mas, qual delito?
Ah! Estacionamos na faixa amarela, nas vagas exclusivas, sentamos nos lugares reservados para pessoas com necessidades especiais ou idosas, “furamos o sinal “vermelho”, tentamos convencer o agente de trânsito de não aplicar a multa que merecíamos, xingamos o governante pelo radar de velocidade que insisto em não respeitar, aplicamos na empresa aquele atestado ...., não pagamos os direitos dos funcionários, “furamos” fila, tentamos passar na frente do agendamento de consultas médicas com nosso jeitinho brasileiro ou com a “amizade” de um vereador, amealhamos um “carguinho” público por indicação ao trabalhar na campanha eleitoral... Bem! Poderemos lotar páginas de valores imorais presentes na nossa sociedade, corrompemos e somos corrompidos quase que diariamente, mas queremos políticos melhores.
Não pense que concordo com frase que cada povo tem o político que merece, mas poderíamos reescrevê-la assim: Cada povo tem o político que é a sua cara. Portanto, se desejamos políticos melhores devemos nos melhorar a cada dia, não ficar a espera de um milagre, torcendo para que uma Madre Tereza ou Irmã Dulce reencarne para instituir ética no Brasil.

PONTOS POSITIVOS DAS ELEIÇÕES 2014



Encerradas as eleições 2014 é hora de fazermos um balanço dos pontos positivos e negativos do período eleitoral e político, assim poderemos ter uma visão mais realista e menos pessimista das disputas.
Todavia, não entraremos na discussão sobre melhor opção ou azul versus vermelho, mas analisaremos primeiramente tudo que ocorreu neste “confronto”.
A televisão, talvez tenha ficado para um segundo plano entre os eleitores, mesmo os debates promovidos pelos canais abertos não demonstraram a repercussão de outrora, há não ser pela “chuva” de acusações nas campanhas televisivas e em casos específicos de algumas entrevistas concedidas aos jornais que geraram mais do que tudo, inúmeras postagens na “net”.
O acesso mais universal à internet tornou as redes sociais um ambiente fervoroso no embate, disseminação de ideias, denúncias e calunias por todos os lados, o que nem sempre contribuiu para o esclarecimento dos indecisos, os quais ficaram mais perdidos no meio da “briga de foice na escuridão”.
Provavelmente, dentre as redes sociais, o Facebook foi o que mais propagou ideologias políticas, mas também onde mais se viu a divisão dos eleitores, sendo que em muitos casos as divergentes visões levaram a discussões e inclusive ofensas entre eleitores e “ex-amigos”.
No entanto, o ponto mais positivo desta eleição foi o maior envolvimento da população na política e nos temas de interesse no desenvolvimento do país, talvez isso se resfrie ao longo dos próximos quatro anos, mas pode ser um ponto de partida no despertar da cidadania do brasileiro. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

ENTRE A ESQUERDA E A DIREITA EXISTE MUITO MAIS QUE O PMDB



A eleição presidencialista brasileira deste ano (2014) trouxe um debate acalorado em proporções e temas que nunca foram visto, com destaque evidente para a discussão ESQUERDA versus DIREITA ou como pejorativamente são denominadas de ASSISTENCIALISTA X MERCADO. Não menos discutido do que o posicionamento individual ou qual partido representa Esquerda ou Direita, ou ainda, o que seria estas posições dentro das perspectivas Socialista ou Neoliberal.
Primeiramente, adentremos no mote socialista, o qual sinaliza para uma sociedade mais justa e igualitária, porém cabe lembrar que não existe unanimidade de pensamentos dentro do socialismo, assim como ao longo da história ele desenvolveu correntes distintas, ou seja, Socialismo Utópico e Socialismo Científico, na qual o primeiro idealizaram alguns modelos de organização social e o segundo baseado em estudos científicos propôs pelos filósofos alemães Marx e Engels uma mudança na organização política, social e econômica da sociedade.
Atualmente, podemos distinguir algumas vertentes, dentre as quais destacam os SOCIAIS DEMOCRATAS que propõem um ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL (comum em democracias europeias), mas dentro de um regime democrático que convive com meios de produção privadas, estatais e mistas e que o governo haja de modo intervencionista nas questões socioeconômicas a fim de reduzir as disparidades na sociedade através de programas de distribuição de renda, governamentais de saúde, educação, previdência, habitação, etc. Por outro lado, existem aqueles inspirados no modelo soviético, os quais idealizam todos os meios de produção controlados pelo ESTADO como representante de toda população.
Distintamente, se encontra o NEOLIBERALISMO, o qual não deve ser tomado como um grupo que reivindica a paternidade desta expressão, mas o cunho dado a economistas que pregavam uma menor intervenção do governo na economia, deste a regulamentação de leis trabalhista, quanto a programas sociais e principalmente na participação na economia com empresas estatais baseados nas ideologias LIBERAIS do século XVII.
Todos os modelos recebem críticas consistentes, mas podemos ter o primeiro como intermediário aos dois “extremos”, onde figuram os direitos individuais sem que uma camada da sociedade seja colocada à margem da sociedade. Todavia, se o SOCIALISMO REAL produziram bons índices sociais (saúde, educação), também foram supressores dos direitos individuais, principalmente da liberdade de cada cidadão como a história retrata os casos de União Soviética, Cuba, Coreia do Norte, etc. Por outro lado, o NEOLIBERALISMO de Margareth Thatcher e Ronald Reagan conseguiu reavivar a economia de seus países, mas promoveram uma acentuada desigualdade social marcada pela elevação do índice de pobreza infantil da Grã-Bretanha que saltou para 34% (pior da Europa no período), a parcela da população mais rica teve sua renda aumentada em cinco vezes em relação ao aumento da população mais pobre e a desigualdade cresceu em 1/3. Mas, foi a “cartilha neoliberal” imposta pelo FMI que causou mais estragos sociais no mundo, quando “obrigava” países devedores subdesenvolvidos ou em desenvolvimento a restringirem os investimentos públicos em saúde, educação, distribuição de renda e em infraestrutura, condenando milhões de pessoas a pobreza, falta de perspectiva e atrofiando a economia local.
Contudo, no Brasil as siglas partidárias pouco significam sobre as posições ideológicas de cada partido ou em alguns casos o partido serve somente como agrupamento de políticos com diferentes ideias e tendências ou ainda a um grupo que acompanha mais ou menos quem está no governo, caso não tenha ficado muito claro, citemos o PMDB, o qual flutua entre diversas coligações conforme o oportunismo, mesmo tendo nas suas “linhas” representantes mais conservadores ou de direita, tais como os membros da bancada ruralista.
Deve salientar-se que nenhum governo consegue ser exclusivamente Neoliberal ou Social Democrata, assim mesmo que a ideologia apregoada seja uma delas, as ações governamentais acabam por realizar alguns preceitos da corrente divergente. Embora, consigamos observar a tendência predominante de cada um, exceto do PMDB.
O Brasil restabeleceu recentemente a democracia e neste período conviveu com o desastre das políticas econômicas dos governos Sarney e Collor, assim como a estabilização econômica nas sucessões Itamar/FHC e crescimento econômico e distribuição de renda Lula/Dilma.
O fim da mega inflação foi um grande marco na história do país e ainda que relacionemos alguns programas sociais neste período, eles foram relativamente sem amplitude para produzir uma queda nos índices de pobreza e desigualdades brasileiros. Do mesmo modo, que diversas políticas econômicas mais pautadas na cartilha neoliberal foram implantadas, tais como: privatizações, achatamento de salários, menor intervenção pública na economia e restrita ações sociais, assim PSDB e principalmente seu maior aliado político o partido Democratas, antigo PFL (Partido da Frente Liberal) são cunhados como partidos de Direita.
Os governos Lula e Dilma promoveram uma grande ampliação nos programas sociais, remodelando, juntando e criando novos programas, assim como aproveitaram um período de bom crescimento econômico mundial para produzir uma melhor distribuição de renda com aumentos reais nos salários, também cabe destaque programas habitacionais (Minha Casa Minha Vida), estudantis e universitários (PROUNI) e por isso cunhado de Esquerda. No entanto, conviveu com muitas características herdadas dos seus antecessores, a destacar as políticas macroeconômicas e uma reforma agrária pouco significativa, a qual encontra “meia” explicação nas alianças políticas com PMDB e PR, antiga PL (Partido Liberal).
Portanto, a insipiente teimosia em discursar que não há Direita e Esquerda ou Neoliberais e Sociais Democratas no Brasil é semelhante a afirmar que a Terra é plana e o centro do Universo. Mesmo que algumas linhas que separam PT e PSDB sejam muito tênues e que os dois partidos se encontrem mais próximo do centro na virtual linha esquerda-direita, elas marcam ainda muitos pontos distintos das política sociais e econômicas de cada um governo.

REFERÊNCIAS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neoliberalismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo




sábado, 22 de março de 2014

A DANÇA DA CHUVA


ESTRELANDO: GERALDO ALCKMIN, SÉRGIO CABRAL E DILMA ROUSSEFF.


Mais uma vez a previsão meteorologia passou longe, o INPE indicou que teriamos um verão dentro dos padrões normais de chuva para a região Sudeste, porém uma intensa massa de ar seca provocou baixa pluviosidade no período.
Os reservatórios que abastecem a maior região metropolitana do país estão "secando" e adentrando no outono/inverno teremos mais estiagem, ou seja, a escassez de água é um grande risco.
Como solução, o governo paulista solicitou autorização para interligar o complexo da Cantareira com a bacia do Rio Paraíba do Sul, o qual já fornece água para 15 milhões de pessoas, incluindo 11 milhões da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Cabral logo esbravejou: Ninguém põem a mão na nossa água!
Pois é! O Rio Nasce em São Paulo, seria feita a transposição no território paulista, mas água, segundo o governador do RJ, é dele!
A presidenta ficou com o pepino na mão, ano de eleição é aquela coisa. Cabral é um velho aliado político junto com o seu partido Maria vai com as outras, mas São Paulo é o estado mais populoso do país e velha cobiça do PT.
Porém, deixemos a briga política, as condições climáticas e previsão meteorológica de lado e analisaremos outro ponto. O Paraíba do Sul está agonizando há um bom tempo, a tão prometida recuperação do rio a partir do tratamento de esgoto anda vagarosamente, tão quanto a recuperação da mata ciliar e nas áreas de recarga dos lençóis freáticos.
Portanto, passou da hora de recuperarmos o Rio Paraíba do Sul, preservando e recuperando a mata nas nascente e nas margens, conforme determina a lei e mais seriamente discutirmos a implantação de uma floresta da Serra da Mantiqueira, pois se por um lado a criação do parque pode acarretar perda de áreas agrícolas, por outro sem água não tem agricultura, indústria e nem cidades que sobrevivam.

quarta-feira, 12 de março de 2014

O DESAFIO DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE CIDADÃOS CONHECEDORES DAS DINÂMICAS NATURAIS E QUE PARTICIPEM ATIVAMENTE DA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DA VIDA


LUIZ HENRIQUE ANALIO GUIMARÃES









 O DESAFIO DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE CIDADÃOS CONHECEDORES DAS DINÂMICAS NATURAIS E QUE PARTICIPEM ATIVAMENTE DA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DA VIDA



















UNESP/REDEFOR – SÃO PAULO
2013
LUIZ HENRIQUE ANALIO GUIMARÃES








 O DESAFIO DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DE CIDADÃOS CONHECEDORES DAS DINÂMICAS NATURAIS E QUE PARTICIPEM ATIVAMENTE DA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DA VIDA






Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de pós-graduação em Geografia do programa UNESP/REDEFOR como parte dos requisitos para a conclusão do curso.
Orientador: Dr. Raul Borges Guimarães









UNESP/REDEFOR – SÃO PAULO
2013

RESUMO


No Brasil, muitas pessoas sofrem com desastres naturais todos os anos, principalmente durante as estações da primavera e verão na região Sudeste, quando é comum a ocorrência de enchentes e deslizamentos de terra. O município de Queluz (SP) encravado entre morros e montanhas da Serra da Mantiqueira e cortado pelo Rio Paraíba do Sul é mais uma das cidades brasileiras onde a população convive com as áreas de risco. Através de pesquisa de campo desenvolvida com apoio de questionário aplicado a um selecionado grupo de alunos, este trabalho analisa o papel da escola na formação de cidadãos que compreendam as dinâmicas naturais e sejam capazes de agir em antemão a possíveis desastres naturais e fornecer subsídios para uma aprendizagem que contemple a realidade dos jovens que vivam em áreas de risco. Assim, verificou-se que muitos jovens não sabem o que é área de risco, sendo que 28% desconhecem a existência ou acreditam que não há área de risco em Queluz. Notou-se que somente trinta e quatro alunos dos sessenta que participaram da pesquisa entendem que residir em área de risco é um problema socioeconômico, enquanto os demais relacionam o problema a causas naturais. Portanto, conclui-se que embora se trabalha com conteúdos que proporcionam conhecimentos sobre as dinâmicas naturais e questões socioeconômicas, a maioria dos jovens não consegue transformá-los em um saber prático para evitar e se protegerem de desastres naturais.


PALAVRAS-CHAVES: Áreas de risco, escola, dinâmicas naturais, cidadão e conhecimento.











INTRODUÇÃO


Todos os anos a região Sudeste do Brasil sofre inúmeros casos de deslizamentos de terra, sendo que alguns deles foram marcados pelo grande poder de modificação e destruição das paisagens naturais e culturais. O estudo realizado por Filho e Cortez (2010) indica 3522 mortes em deslizamentos no Brasil, entre 1928 e 2005, sendo que o mais grave ocorreu em 1967 na Serra das Araras-RJ com 1700 mortos. Porém, para eles a tragédia ocorrida em março do mesmo ano na cidade de Caraguatatuba-SP registrou oficialmente 100 óbitos, ainda que tenham sido vinculadas notícias dando conta de 436 vítimas.
Outra tragédia semelhante seria vista na região serrana do Rio de Janeiro em janeiro de 2011, quando o número de mortos chegou a 905, porém também se contabilizou 345 desaparecidos, conforme indicaram (BUSCH; AMORIM, 2011). Contudo, diversas reportagens e periódicos indicam valores divergentes para os três eventos, principalmente por conta da grande destruição causada e pelo desaparecimento dos corpos, inclusive de famílias inteiras. Ainda assim, a mais recente, representa uma das maiores tragédias do país e algumas das maiores registradas pela ONU nos últimos 100 anos (BUSCH; AMORIM, 2011).
O geógrafo Aziz NacibAb’Saber classifica boa parte da região Sudeste dentro do Domínio Morfoclimático dos Mares de Morro, o qual apresenta como característica muitos movimentos de massas generalizados, haja vista o elevado índice pluviométrico durante a estação chuvosa que se estende dentre a primavera e o verão, o relevo montanhoso e o tipo de solo, conforme salientou, se referindo a Serra do Mar e bacia do rio Paraíba do Sul: “Trata-se, ainda, da região sujeita aos mais fortes processos de erosão e de movimentos coletivos de solos em todo o território brasileiro. (AB’SÁBER, p. 17, 2012).
Embora o problema seja recorrente e todos os anos aflija milhões de pessoas que vivem em áreas de risco, a maioria pouco compreendem as causas e desconhecem os principais modos de se precaverem de um eventual desastre, ou seja, mesmo convivendo com o eminente risco de deslizamento de terra, desabamento e ou soterramento de suas casas a população pouco entende do problema.
Em um país onde estimativas preliminares apontam mais de 680 mil pessoas vivendo em áreas de risco, sabendo-se ainda que serão incluídas informações de municípios não estudados, ou seja, o número pode ser ainda bem maior, conforme explicou o diretor do Serviço Geológico do Brasil Thales Sampaio, em entrevista publicada no site da Agência Brasil em  dois de julho de 2012 por Nielmar de Oliveira, tornando-se necessária a implementação de medidas preventivas e mitigatórias.
 Compreende-se que a problemática do elevado número de pessoas vivendo em áreas de risco no Brasil é, em grande parte, de ordem social, pois a maioria deles não vislumbra outra opção de moradia a não ser aquela sujeita aos riscos de deslizamentos de terras ou inundações. No entanto, este trabalho não se aprofundará neste foco, ainda que seja extremamente relevante para evitar a ocorrências de novas tragédias envolvendo o homem e a natureza. Ele analisará o papel da escola na formação de cidadãos que compreendam as dinâmicas naturais e sejam capazes de agir em antemão a possíveis desastres naturais.
A escola tem como objetivo fornecer subsídios para que os alunos compreendam-se como cidadãos e exerçam seus direitos políticos, civis e sociais através da participação social e política. (BRASIL, 1998). Também dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) – Geografia da 5ª a 8ª séries, atuais 6º ao 9º Anos é salientada a importância de se compreender as dinâmicas naturais e a interação do homem com o meio ambiente.


Em relação ao modo como a natureza acontece, seus ritmos e tempos, é importante também trabalhar o modo como se pode manejar o ambiente e de certo modo prever consequências de determinados tipos de ocupação. Uma cidade que foi implantada na  várzea de um rio certamente está sujeita às suas inundações. Em outro exemplo, é o estudo dos solos onde determinados tipos de solos reagem aos modos de ocupação. Nas cidades os assentamentos populacionais com construções de moradias nas áreas de risco são formas de estudar a relação entre o sítio urbano e a vida das pessoas. Nesse tipo de estudo cabe correlacionar a formação dos solos, o relevo e o que eles representam para as diferentes sociedades. (BRASIL, PCN - GEOGRAFIA, 1998, p. 62-63).


 Os Temas Transversais do PCN’s explicitam a necessidade do aluno compreender as relações entre a sociedade e natureza, assim indica como um dos principais objetivos do tema Meio Ambiente:


Perceber, em diversos fenômenos naturais, encadeamentos e relações de causa/efeito que condicionam a vida no espaço (geográfico) e no tempo (histórico), utilizando essa percepção para posicionar-se criticamente diante das condições ambientais do seu meio;” (BRASIL, PCN – TEMAS TRANSVERSAIS, 1998, p. 197).



No entanto, muitos alunos concluem o Ensino Fundamental sem ter a noção do que é área de risco, da mesma forma que pouco compreendem a dinâmica da paisagem, seja ela dentro dos ciclos naturais ou a partir da ação antrópica, o que deveria compor a aprendizagem dos cidadãos que vivem em áreas sujeitas a desastres naturais.
A crítica não sintetiza uma afirmativa de que os alunos não compreendam ou estudem sobre as paisagens e os diferentes domínios naturais do Brasil, pois estes conteúdos fazem parte dos anos inicias do ciclo 03 do Ensino Fundamental, tanto em Geografia e Ciências quanto são inclusos nos Temas Transversais. Contudo, na prática esses conhecimentos não se traduzem em atitudes que colaborem para evitar a morte de milhares de pessoas todos os anos.
O projeto Defesa Civil na Escola desenvolvido por João Nilo de Abreu Lima na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal teve como propósito a formação de agentes mirins da defesa civil, a partir da inserção do Tema Transversal: “Noções Gerais de Defesa Civil e Percepção de Riscos”. Para Lima, esta iniciativa tem como foco a formação e capacitação dos jovens, tornando-os multiplicadores na comunidade em que vivem.


Destinado ao público jovem, visando a sua formação e capacitação, tornando-o  multiplicador  das  ações  de  defesa  civil  e  da  cooperação  nas  ações preventivas,  estimulando,  sensibilizando  e  envolvendo  a  comunidade na redução das vulnerabilidades locais  e no enfrentamento  adequado às ameaças que permeiam o seu ambiente do dia-a-dia.
A inserção do tema “Noções Gerais de Defesa Civil e Percepção de Riscos” na  comunidade  jovem  transcende  a  preocupação  com  a  autoproteção,  na  medida em  que  leva  o  jovem  a pensar  e  a  se  preocupar  com  a  coletividade,  estimulando-o  à participação  comunitária  e  preparando-o  para  o  exercício  da cidadania  plena. (LIMA, p. 15-16, 2006).


A proposta de Lima (2006) vai ao encontro a percepção que se tem da população e principalmente dos jovens que vivem em áreas propícias à desastres naturais, incluindo no âmbito escolar a necessária formação de cidadãos capazes de compreender o problema, identifica-lo nos locais que vivem, assim como estimulando a participação dos mesmos na redução da vulnerabilidade  e no enfrentamento adequado das ameaças.
O Município de Queluz/SP, desenvolveu-se às margens do Rio Paraíba do Sul e incrustado nos morros entre as serras da Mantiqueira e Bocaina no Vale do Paraíba paulista, na microrregião do Vale Histórico, o qual recebeu esta denominação devido ao ciclo do café e de suas cidades preservarem inúmeras construções deste importante ciclo econômico.
As cidades do Vale Histórico tiveram sua fundação a partir do século XVIII e atingiram o auge político econômico entre meados e fim do século XIX com enormes cafezais que dispunham os barões do café. Contudo, as práticas agrícolas impróprias levaram o solo ao esgotamento e as fazendas a decadência.
Os cafezais já não fazem parte da paisagem regional, muito menos de Queluz, porém a ocupação dos morros praticados pelas fazendas cafeeiras continua como prática local. Todavia, as cidades se desenvolveram e em muitos casos a população, principalmente a menos favorecida, passou a ocupar os morros ao redor dos antigos núcleos urbanos.
No bairro Figueira encontra-se a escola municipal Professora Marilda da Silva Garcez Ferraz de Carvalho, a qual atende em maioria alunos do Ensino Fundamental, evidentemente residentes neste bairro e os dos bairros vizinhos: São Benedito, Grota e São Geraldo. Este último perfaz um ponto crucial nesta pesquisa, pois está inserido em terreno de grande declividade e a primeira vista apresenta-se como uma potencial área de risco de deslizamento de terra, também será observada as situações que envolvam os riscos de alagamentos e enchentes.


METODOLOGIA


Este trabalho utiliza-se do método de pesquisa social denominado por Gil (2008, p. 55) como levantamento de campo ou survey e neste caso adotou-se um questionário aplicado a um grupo de alunos previamente selecionados conforme explícito abaixo. Essa metodologia permite quantificar e analisar dados referentes a um grupo significativo de pessoas.


As pesquisas deste tipo se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estuda do para em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados. (GIL, 2008, p. 55).


Porém, Gil (2008) ainda distingue o levantamento de campo em dois tipos de acordo com o universo de pessoas entrevistadas. Sendo identificado como amostragem aquele que coleta dados a partir de uma parcela do total de pessoas envolvidas no fenômeno estudado e o do tipo censo aquele que entrevista todas as pessoas do universo pesquisado.
Este trabalho foi desenvolvido no desenho amostral e descritivo ao optar por selecionar um grupo determinado dentro do total de alunos da escola com o intuito de verificar se a educação fornece subsídios ao aluno para identificar e agir em situações de risco de desastres naturais, tais como deslizamentos de terras e enchentes. Portanto, podemos afirmar que se utilizou da amostragem, pois o resultado final caracterizará a escola como todo, não somente o grupo analisado, mesmo com o delineamento realizado.
Contudo, a exclusão dos demais alunos na pesquisa não ocorrerá como forma de economizar tempo e trabalho, mas optando por aqueles que estudaram como temas que poderiam contribuir para um conhecimento prévio do assunto analisado.
      

Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da população estudada. Antes seleciona-se, mediante procedimentos estatísticos, uma amostra significativa de todo o universo, que é  tomada como objeto de investigação. As conclusões obtidas a partir desta a mostra são projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a margem de erro, que é obtida mediante cálculos estatísticos. (GIL, 2008, p. 55).


A pesquisa foi realizada no dia 03 de dezembro de 2012 com sessenta alunos presentes na aula, sendo estes das turmas 7º Ano A, 7º Ano B, 8º Ano A e 8º Ano B. Deve-se observar que o trabalho contou com autorização da direção da escola e colaboração de alguns professores para aplicação do questionário.
Focalizando a compreensão dos alunos sobre o conceito de área de risco e as principais ações que a população pode desenvolver na eminência de deslizamento de terras e enchentes. Optou-se em aplicar o questionário somente aos alunos dos 7º e 8º anos da EM Professora Marilda da Silva Garcez Ferraz de Carvalho, sendo este composto por questões fechadas de múltipla escolha simples, múltipla escolha de ordenamento e questões abertas.
A opção nestas turmas se justifica pelo conteúdo normalmente trabalhado em sala de aula, assim os alunos do 6º ano que ainda não aprofundaram em temas que envolvem o clima, domínios morfoclimáticos, ecossistemas, as regiões brasileiras e suas características, tão quanto ainda demonstram em sala de aula pouca maturidade para observação das questões socioeconômicas que contribuem para elevado número de pessoas vivendo em locais inadequados. Por outro lado, as turmas escolhidas já trabalharam com os temas mais pertinentes para uma compreensão e análise dos conceitos envolvidos na pesquisa. Finalmente, o 9º ano foi preterido por estar envolvido em conteúdos mais distantes do tema da pesquisa, muito embora já tivesse estudado os mesmos. Outro fator de exclusão deste grupo foi à realização da pesquisa no final do ano letivo, onde muitos alunos já não compareciam às aulas, fator que poderia distorcer os resultados.
Deste modo, o questionário foi dividido em dois blocos. A primeira parte contém informações pessoais dos entrevistados, tais como: nome, idade, turma, número de residentes na sua moradia, responsável pela residência e endereço da casa. Na segunda parte as perguntas foram desenvolvidas com o intuito de fornecer subsídios para se analisar o entendimento dos alunos quanto o que é área de risco, se eles saberiam identificar um local que ofereça risco aos moradores. Também foram solicitado que eles identificassem possíveis áreas de risco no município de Queluz/SP e justificassem a inclusão do local. Por fim, as questões que abordam as causas de deslizamentos de terras e enchentes, as ações que a população deve fazer na eminência de um desastre e o que leva as pessoas viverem em área de risco.
Por fim, a pesquisa bibliográfica fornecerá subsídios para um debate do papel da escola e da defesa civil como forma de incutir conhecimentos pertinentes à proteção da vida de inúmeras pessoas que vivem em locais propícios a deslizamentos de terras e enchentes, entre outros desastres comuns no cotidiano de uma parcela significativa da população brasileira.


O MUNICÍPIO DE QUELUZ


Queluz se localiza na extremidade leste do estado de São Paulo, fazendo divisa com os estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Encravado aos “pés” da serra da Mantiqueira, a cidade está a 498 metros acima do nível do mar, também registra 2.797 metros de altitude no pico Pedra da Mina, ponto culminante do estado de São Paulo e um dos mais altos do país. Assim, o relevo acidentado é marcante na paisagem local.
Diversos rios, córregos e ribeirões cortam o território queluzense, todos integram a bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, o qual está margeado pela área urbana da cidade que se desenvolveu em seu entorno.
O Paraíba do Sul sofre com ação antrópica em quase toda sua extensão, tendo inúmeras cidades, indústrias, rodovias, plantações e portos de areia nas suas margens, Possui ainda várias represas hidrelétricas que foram construídas no seu percurso, sendo que duas delas se localizam em Queluz, estando a montante do centro da cidade a PCH Queluz-SP e à jusante a represa do Funil, a última tendo a barragem localizada em Resende-RJ.

Imagem 01 – Imagem de satélite sobre Queluz. Fonte: Google Earth (2013).


O clima predominante é o tropical úmido e temperatura média entre 15 e 18 graus Celsius, conforme o Mapa de Clima do Brasil (IBGE, 2002). A curta estiagem ocorre durante os meses de junho, julho e agosto e o período chuvoso se estende durante as estações da primavera e verão, registrando maior índice pluviométrico no conjunto de meses que iniciam em novembro e prosseguem até março, variando entre 193,6 mm a 268,1 mm de chuva neste conjunto. Porém, nas elevadas altitudes da serra da Mantiqueira a temperatura média são inferiores, ficando ao entorno de 10º Celsius, assim como há elevação dos índices pluviométricos.


Gráfico 01 – Climograma de Queluz. Fonte: Somar Meteorologia.
A população registrada é de 11.309 habitantes conforme o censo 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), das quais 259 estavam matriculados na Educação Infantil e 2033 estavam matriculados na Educação Básica em 2009, ainda conforme dados disponível no canal cidades do website do IBGE.


DESASTRES NATURAIS E ÁREAS DE RISCO EM QUELUZ


Nos questionários aplicados na escola, verificou-se que alguns alunos relataram como lembrança de casos de desastres naturais a enchente ocorrida na cidade em janeiro de 2000. Porém, a maioria deles não era nascida ou ainda não tinham idade para lembrar-se do ocorrido daquela época. Refletindo então, a memória de pais, avós e familiares mais velhos que vivenciaram o problema.
Contudo, esta severa enchente não é o único caso registrado no município. Segundo Adriana Cristina de Araújo, encarregada municipal da Defesa Civil, ocorrera um deslizamento de terra no bairro Alto do Santo Cruzeiro em 2009, quando uma residência precisou ser interditada com risco de desabamento. No ano seguinte, um caso semelhante ocorreu na entrada da cidade, via rodovia Presidente Dutra. E recentemente, em janeiro de 2013 as chuvas provocaram diversos deslizamentos de terra, sendo que as residências localizadas entre as ruas Corifeu de Azevedo Marques e Lucrécio Bueno Quintanilha foram as mais afetadas inclusive com o desabamento parcial de algumas casas, conforme imagem abaixo.


Imagem 02: Deslizamento de terra e desabamento parcial de residência janeiro de 2013. Fonte: Luiz Henrique Analio Guimarães (comunicação pessoal).


Segundo Araújo, a inundação relatada pelos alunos foi a mais grave ocorrida em Queluz, quando se registrou mais um metro de água no interior das casas localizadas às margens do Rio Paraíba do Sul, sendo que algumas ficaram quase totalmente submersas e muitas pessoas perderam tudo o que tinham. A cidade ficou separada pelo rio, pois era impossível atravessar a ponte que liga parte do centro aos bairros da Figueira, São Geraldo, São Benedito, Grota e Fogueteiro na outra margem, assim como estes não tinham acesso à rodovia Presidente Dutra.

Imagem 03 – Enchente e deslizamentos em 2000. Fonte: Arquivo de José Edison Torino.

Contando com apenas dois funcionários municipais, a Defesa Civil da cidade sofre ainda com as constantes mudanças no quadro, as quais são comuns na troca da administração, ou seja, após a eleição de um novo prefeito ocorre a troca dos funcionários. A descontinuidade muitas vezes representa a paralização dos projetos, perda de informações e a necessidade de treinamento da nova equipe.
Portanto, pouco se tem de registro dos desastres anteriores, assim como é preciso desenvolver um novo levantamento das áreas de risco de Queluz. Ainda assim, os agentes da Defesa Civil de Queluz, Araújo e Barbosa, apontam o Centro, as Ruas Lucrécio Bueno Quintanilha e Dr. José Vicente e o bairro de São Geraldo como áreas de risco de deslizamento. E novamente o Centro, o bairro da Figueira e as margens dos córregos como áreas de risco de enchentes.
Na ausência de dados oficiais, AYRES (2010, p. 53) se utilizou de pesquisa a materiais jornalístico da região, citando levantamento de desastres naturais publicados no jornal “Valeparaibano”, onde estão registradas quatro ocorrência de Queluz entre os anos de 1990 e 2008.
Segundo (AYRES, 2010, p. 76-89) em março de 1996 chuvas severas causaram inundação ocasionando o desalojamento de 177 pessoas e desabrigando 19. Em janeiro de 2000 o estacionamento de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZACS) sobre a região provocou deslizamento de terra e inundações, quando morreu uma pessoa, 13 ficaram feridas e 1000 desabrigadas, num total de 300 residências inundadas e duas destruídas. Três anos mais tarde, em janeiro de 2003 nova inundação desalojou 5 pessoas e desabrigou outras 4. Por fim, em janeiro de 2005 o jornal registrou mais um caso de inundação, desta vez com apenas o desabamento de uma ponte.


OS ALUNOS E AS ÁREAS DE RISCO


O questionário foi aplicado aos alunos dos sétimos e oitavos anos da Escola Municipal Professora Marilda da Silva Garcez Ferraz de Carvalho, localizada no bairro da Figueira, a qual atende 299 alunos, desde a Educação Infantil até o nono ano do Ensino Fundamental entre as vinte turmas nos períodos da manhã e tarde. No entanto, ela também recebe estudantes dos bairros adjacentes.
Buscando traçar um perfil dos entrevistados, as primeiras questões foram relativas ao próprio aluno e alguns dados sobre a residência em que vivem. Neste caso, mais de 90% dos jovens estão sob a responsabilidade dos pais e têm entre 12 e 19 anos. A pesquisa identificou que a maioria dos alunos vive em casa própria, totalizando 82% nesta condição, contra 13% em residência alugada e os demais não souberam informar a situação da moradia.
Os bairros apontados pela Defesa Civil como locais propícios a enchentes e deslizamentos são os que concentram a maior parcela de alunos. Sendo que trinta e dois moram na Figueira, doze no São Geraldo, sete na Grota, quatro no São Benedito, dois no Fogueteiro, um na Canção Nova e outros dois não souberam identificar o bairro.
No entanto, quando questionados o que é área de risco, quase metade dos alunos não soube responder corretamente, conforme se verifica nos gráficos 02 e 03.


Gráfico 02 – Análise quantitativa da compreensão elementar do conceito de risco.
Fonte: dados primários coletados em campo.


Gráfico 03 – Análise quantitativa da compreensão plena ou parcial do conceito de risco.
Fonte: dados primários coletados em campo.
Para esta análise adotou-se como referência o conceito de áreas de risco proposto por (CERRI, 1999. p. 49-73), o qual define como tal, as encostas de morros inclinados ou à beira de rios, pois não são recomendadas construção e instalação no local, devido a grande exposição a desastres naturais, tais como desabamentos e inundações. A partir desta definição, analisou-se as respostas espontâneas dos alunos, classificando-as em cinco grupos conforme atendiam aos conceitos previamente definidos como base. Foi qualificada de plena quando o aluno atendeu corretamente à definição de áreas de risco, parcial quando atendeu parcialmente aos conceitos pré-estabelecidos, confunde no caso que o aluno fez referência a outras situações de risco, ignora para a resposta totalmente equivocada e desconhece aquela que ficou sem resposta ou que ele indicou não saber.
Percebe-se que mesmo após terem estudados conteúdos sobre paisagem, meio ambiente, ação antrópica e inclusive os problemas socioambientais das cidades, somente 28% compreendem plenamente o que é área de risco, ou seja, muitos alunos não saberiam identificar locais que colocam suas vidas ou residências em riscos. 30% identificariam alguns casos perigosos e os demais estariam convivendo com o perigo sem saber.
 Ao serem questionados se existe áreas de risco na cidade de Queluz, 72% afirmou que sim, 15% indicou que não e 13% não soube responder. Desta forma, mesmo em um município com recentes casos de enchentes e deslizamentos de terra, quase um terço dos jovens não observa o problema, conforme gráfico 04.

Gráfico 04 – Análise quantitativa da percepção da existência de áreas de risco.
Fonte: dados primários coletados em campo

Na mesma questão, foi solicitado que indicassem livremente as possíveis áreas de risco na cidade, o número de alunos que não respondeu foi semelhante àqueles que acreditam que não tem ou não sabem dizer se há locais suscetíveis a deslizamentos ou enchentes, totalizando 17 em ambas. Por outro lado, coube destaque como locais com alto risco: às margens do Rio Paraíba do Sul, os morros, barragem da PCH Queluz, residências próximo da linha férrea (risco de enchentes com transbordamento do Rio Paraíba do Sul) e por fim os bairros São Geraldo e Figueira, conforme Quadro 01.


          QUADRO - ÁREAS DE RISCO EM QUELUZ
ÁREAS DE RISCO EM QUELUZ
INDICAÇÕES
Margens do Rio Paraíba do Sul
17
Sem resposta
17
Morros
16
Barragem/Represa PCH Queluz
8
Próximo da linha (risco de enchente)
6
Bairro São Geraldo/Alto São Geraldo
3
Bairro Figueira
2
Não identificou
2
Outros (uma indicação cada)
11
Quadro 01 – Áreas de risco em Queluz.
Fonte: dados primários coletados em campo.

Quase um terço dos alunos declarou que não saberiam identificar possíveis áreas de risco, ou seja, somente 63% acreditam que teriam condições de perceber locais que ofereçam riscos para suas vidas. Ainda assim, 19 alunos declararam que suas moradias se encontram em área de risco. No entanto, somente 30% soube justificar plenamente a opção e outros 24% a fizeram parcialmente, enquanto 46% não souberam ou não justificaram a resposta.
Por outro lado, quando foram requisitados a relacionar desastres naturais ocorridos em outros locais com as condições das residências na cidade, somente 20% não identificaram locais com risco de desastres, contra 80% que perceberam semelhanças. Embora, a maioria relacionassem as margens de rios e morros com incidentes ocorridos em outras localidades, o percentual daqueles que ignoram o risco ainda é significativo.
Percebe-se que embora alguns alunos compreendam o que são áreas de risco e consigam identificá-las, muitos continuarão se expondo em locais de grande perigo ao não relacionarem conceitos estudados na disciplina de Geografia com os locais de convivência.
Dentre os diversos conceitos estudados em Geografia no Ensino Fundamental, um dos primeiros é a análise da paisagem. Trata-se do conhecimento fundamental para compreensão do espaço geográfico, o qual proporciona o entendimento da sociedade, das mudanças de valores, técnicas e tecnologias adotadas em diferentes períodos, as quais compõem organização atual do espaço geográfico.

A Geografia tem por objetivo estudar as relações entre o processo histórico na formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza por meio da leitura do lugar, do território, a partir de sua paisagem. Na busca dessa abordagem relacional, trabalha com diferentes noções espaciais e temporais, bem como com os diferentes fenômenos sociais, culturais, e naturais característicos de cada paisagem, para permitir uma compreensão processual e dinâmica de sua constituição, para identificar e relacionar aquilo que na paisagem representa as heranças das sucessivas relações no tempo entre a sociedade e a natureza em sua interação. (BRASIL, PCN - GEOGRAFIA, 1998, p. 26).

Neste instante os alunos identificaram as paisagens naturais e sociais, os diferentes elementos que a compõem e a ação do homem no meio natural. Porém, estes conceitos, tão próximos da compreensão do que seria área de risco, quais são os locais impróprios para edificações, quais sinais indicam o perigo de desastres naturais e o que fazer antes, durante e após eventuais desastres naturais não são trabalhados na Geografia ou são tratados superficialmente sobre imagens de ocupação de morros e margens de rios.

O ensino de Geografia nesses ciclos podem intensificar ainda mais a compreensão, por parte dos alunos, dos processos envolvidos na construção das paisagens, territórios e lugares. Os fatos a serem estudados devem ser abordados de forma mais aprofundada, pois os alunos já podem construir compreensões e explicações mais complexas sobre as relações que existem entre aquilo que acontece no dia-a-dia, no lugar em que vivem, e o que se passa em outros lugares do mundo. [...]. (BRASIL, PCN - GEOGRAFIA, 1998, p. 32).


Não se pode discutir a importância da aprendizagem de conceitos essenciais das diversas disciplinas escolares, porém quando estes não resultam em conhecimentos praticáveis e úteis na vida do cidadão, eles se tornam pouco relevante. Pois, a escola tem como foco a formação de cidadãos críticos, participativos e capazes de compreenderem o mundo que vivem, como está claro na Lei Federal 9394/96, mais conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL: LDBEN, 1996), ao afirmar no artigo 32 que o ensino fundamental tem como objetivo a formação básica do cidadão, mediante entre outras, pela compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade em que vivem.
Da mesma forma, os alunos indicam como principal causador das enchentes e alagamentos, o fenômeno do aquecimento global, o qual foi apontado por quinze alunos como o mais relevante na ocorrência do problema, enquanto treze percebem que as residências nas margens dos rios são o problema. Outros fatores foram relacionados às enchentes, assim seis indicaram o excesso de chuvas, enquanto dois grupos de cinco alunos acreditam que desmatamento ou mudanças no leito do rio são as principais causas e dois creem que a realização de obras evitaria as enchentes.
Muitos ignoram um ciclo natural das cheias dos rios e que é necessário considerar como leito não somente a área ocupada durante a vazante, mas também a várzeas de inundação, alagáveis durante o período de cheia. Chuvas intensas, impermeabilização do solo e a ação antrópica são alguns exemplos dos causadores das enchentes. Porém, indiferente às causas das enchentes, o modo mais eficiente para se evitar o alagamento de residências é não construir às margens dos rios, conforme determina a lei 6766/79, que regulamenta o uso e ocupação do solo no país, destacando o artigo terceiro que proíbe o parcelamento do solo em área alagáveis e com declividade superior a trinta graus. A mesma lei, ainda garante no artigo subsequente o resguardo de uma faixa quinze metros não edificável de cada lado nas margens das águas correntes, rodovias e ferrovias, situação comum nas edificações em Queluz, ou seja, a maioria das residências localizadas em possíveis áreas de risco foi construída em desacordo com a legislação do país.


Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal.
Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo:
I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; (BRASIL, 1979, p. 02).
Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados;
III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes;
IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;
V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. (BRASIL, Lei nº 6766. 1979).


Para aquele que vive em locais com risco de deslizamento ou enchentes não basta reconhecer o perigo, também é preciso saber o que fazer na eminência de um desastre. A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Estado de São Paulo oferece orientações pelo endereço eletrônico: http://www.defesacivil.sp.gov.br, assim como através de cartilhas e folhetos distribuídos para as coordenadorias municipais. Sendo, que em qualquer circunstância, a principal ação é deixar o local de risco, mas há diversas orientações para casos de deslizamentos, enchentes, tempestades e raios, como evitar afogamentos e estiagens, tanto como identificar, prevenir, durante e após a ocorrência destes.
Partindo do princípio de se afastar dos locais que ofereçam risco e se abrigar em local seguro, os alunos foram indagados de quais ações ou medidas deveriam ser tomadas em eminente risco de desastres. Quarenta e sete deles responderam corretamente, ao afirmarem que deveriam deixar o local, porém treze provavelmente continuariam expostos aos desastres, pois não responderam ou não souberam indicar as ações corretas para o caso.
Finalizando o questionário, perguntou-se aos alunos o que faz tantas pessoas morar em áreas de risco. As respostas foram analisadas tendo como base o estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) sobre as politicas sociais do Brasil em 2006. Segundo o Instituto, o déficit de residência no Brasil está relacionado à renda das famílias, pois 96,3% das carências habitacionais estão nas famílias de renda de até cinco salários mínimos (IPEA, p. 281, 2007). Portanto, conclui-se que residir em área de risco não é uma opção para a maioria das pessoas, mas a única alternativa.
No entanto, somente trinta e quatro alunos compreenderam que viver em área de risco é mais um problema socioeconômico que simplesmente questões naturais, ou seja, para vinte e quatro jovens a escolha local da moradia não se relaciona ao poder aquisitivo das famílias.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Os inúmeros desastres naturais registrados nos últimos anos no Brasil, o crescente adensamento populacional das cidades e a contínua ocupação de áreas irregulares e impróprias para a edificação de moradias torna obrigatória a inclusão na educação brasileira de conhecimentos básicos relacionados à prevenção e proteção da vida na ocorrência de desastres.
A lei federal 12.608 de 10 de Abril de 2012 instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC), introduzindo importante modificação na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ao tornar obrigatórias a inclusão dos princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos do ensino fundamental e médio. (BRASIL, Lei nº 12.608, 2012).
A maior parte da população, inclusive a parcela expostas a desastres naturais, pouco compreende os ciclos da natureza e seu relacionamento com deslizamentos de terras e enchentes, tornando-a mais propensa a sofrer com tais eventos. Da mesma forma, os estudantes trabalham com conhecimentos e conceitos nas diversas disciplinas que poderiam contribuir para um melhor esclarecimento sobre o assunto, porém muitos não conseguem relacioná-los com os problemas de sua comunidade.
A aproximação entre a Defesa Civil e a escola, conforme a PNPDEC propõe, é um grande avanço no país. Porém, projetos como a Defesa Civil na Escola já poderiam estar integrando o cotidiano escolar, principalmente com a formação dos agentes mirins, a qual João Nilo de Abreu Lima desenvolveu com êxito em um projeto piloto em três escolas do Distrito Federal (LIMA, p. 125, 2006).
No entanto, verificou-se que muitas vezes os alunos não conseguem transformar a compreensão de conceitos disciplinares em conhecimentos “utilizáveis” em sua vida. Portanto, o maior desafio da escola e da nova política da Defesa Civil do país é a formação efetiva de cidadãos conhecedores das dinâmicas naturais e que participem ativamente da proteção do meio ambiente e da vida.


 












ABSTRACT


Every year many people suffer because of natural disasters in Brazil, mainly in the Southeast, during spring and summer when the occurrence of floods and landslides is common.  Responsible for teaching its students how to be participatory citizens able to act energetically in their society, the school finds it difficult to instill the necessary knowledge for students to identify and act on the brink of a disaster in risky areas in their neighborhood. Also, there are few partnerships between Civil Defence, School and Community in order to develop joint disaster prevention and protection of life.


KEYWORDS: Risky areas, School, Civil Defence, Natural Disasters, Life Protection.




















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